quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Facebook - assassino de talentos

De certa maneira o facebook está matando muitos talentos de verdade.
Digo isso porque lá todo mundo é meio que tudo. Ou pelo menos acham que são.
Escritores, fotógrafos, músicos, desenhistas, estilistas, modelos, atores, comentaristas, futuros empresários, apresentadores, produtores e sei lá mais o que...

Mas a pergunta que fica é: onde estão os livros, a exposição de fotos, os cd's ou mp3, os shows, os quadrinhos, as roupas, os desfiles, as teses, os empreendimentos, os programas, os eventos, as vernissages, a formação real de um público, de uma audiência? Onde está tudo isso? Em posts? Em curtidas? Em compartilhamentos? Não vejo futuro nisso.
Não vejo prosperidade pra nenhum tipo de expressão artística, cultural ou empresarial nesse site de relacionamento.
Muito pelo contrário. Vejo uma oferta de muitas tolices onde as coisas interessantes se perdem com facilidade. E essa é a intenção. Velocidade e alienação.

Parece que o Facebook virou uma grande mesa de bar onde todos falam, ninguém se ouve, todos prometem e ninguém se lembra. Grande merda. Pelo menos o bar tem a tal da breja... e pessoas (porque gente - gente de verdade! - está em falta... mas isso é tema pra outro texto).

Há alguma diferença entre o Facebook nos dias de hoje e a Globo há 40 ou 30 anos atrás? É dominação total.
A diferença é que você interage com o Facebook e suas ofertas de nada. Antes você não interagia com a tv, mas pelo menos falava com alguém do seu lado.

Voltando.
Acho que quem entra pra curtir, falar e xeretar a vida dos conhecidos, de ex e de familiares, está de boa. Tem mais que falar sobre tudo mesmo. Dar opinião sobre o que não sabe. Dar vexame. Se fazer de nobre. É um passatempo. Mas os produtores e talentos tem que tomar cuidado. Isso te engole e os tais posts e curtidas podem dar a falsa ilusão de que se está produzindo algo. Sei bem o que é isso. De alguma maneira o artista/empreendedor/talento precisa sentir que está fazendo algo. E essas postagens passam essa falsa ideia. Como se as curtidas e os compartilhamentos anestesiassem a dor de não estar fazendo algo de verdade. As coisas reais podem ser comentadas na rede. Mas algo que nasceu na rede (e pra rede) não será real.

Mais interessante uma peça com 20 pessoas do que 2000 curtir num trecho de um vídeo.
50 pessoas com o cd ou 20 no show do que 300 curtidas.

Do que adiantaram as 8.000.000 (que já devem ser mais) visualizações da "Banda Mais Bonita da Cidade"?

O negócio é produzir de verdade. E usar a rede como ferramenta. Na verdade deixar que os outros comentem sobre o que você fez. Darão e terá muito mais valor. E você sabe disso.

A realidade tem mais valor.

Vamos produzir!

Beijos e abraços...




Rafael Corrêa

Não gostou do texto? Tudo bem. Não estava esperando sua curtida. Muito pelo contrário... aqui não tem botão curtir. Pense. Faça. Dê o logout e faça o que te fez ter o respeito que (ainda) tem.

Faltou... "escrever no facebook".