quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ninguém muda ninguém...

Não é segredo pra ninguém a adoração que tenho pela Legião Urbana. A harmonias cruas (quase punks) de algumas canções, a sofisticação e fragilidade de outras harmonias... mas é fato que o diferencial eram as melodias e especialmente as letras. E foi o último verso de uma música que amo que me fez escrever esse texto.

Na maior parte tempo estamos em conflito porque ou queremos que alguém mude, ou querem nos mudar, ou estamos tentando ser o que alguém espera e ao não conseguir começamos a fingir (ou a pessoa que estamos querendo que mude começa a fingir pra nós...).
É uma luta, uma dor... todos querendo ser aceitos mas não abrindo mão de velhos conceitos e situações confortáveis. Já parou pra pensar no porque de tanta traição? De tanta vida dupla? Aos poucos as pessoas vão se podando, se dominando... e quando menos percebem tem duas, até três vidas... no começo tudo era compartilhado. De repente tudo é proibido, errado. Aí as pessoas fingem que aceitam... mas aos poucos começam um jogo de mentira. E mentira é como álcool: tomou o primeiro gole, já era. Quando menos se percebe ela toma proporções gigantes... e você não tem mais medo de mentir. E começa achar que não tem problema nenhum... que você sabe bem o que está fazendo. Uma grande tolice!
A grande verdade é que NINGUÉM MUDA NINGUÉM. Alguns até se anulam vivendo meia-vida, mas a maioria vai mentir. Os que fingem que está tudo bem são os que mais vão parecer adolescentes quando acordarem do “sonho” (ou seria pesadelo?). E vão tentar a viver como há 10 anos atrás. Alguns vão continuar mentindo porque são pouco evoluídos como as mentes/almas/corações com os quais por carência ou por interesses materiais decidiram criar e manter laços.

Não sou guru e não sei a receita. Pra mim acredito que é falar a verdade... tentar ser claro. Se mostrar mesmo. Quem te conhecer e te aceitar como voce é, pode ser alguém de verdade na sua vida. Amores, amigos, família.
Mas antes temos que entender que se mudamos não foi por ninguém, foi por nós mesmos... e se alguém mudar não será por nós.
Antes eu me perguntava e sofria com a decisão das pessoas em manter esse teatro horrendo. Hoje um pouco mais velho eu sinceramente não dou a mínima. E quando vejo os castelos caindo não tenho pena de ninguém. Pode até soar frio, insensível. Há aquele velho ditado que diz: “uma semente de laranja nunca vai gerar uma goiaba” ou algo assim. Cada um é ciente dos seus atos... boa sorte aos que escolheram a verdade, a liberdade.
Que Deus instrua os que ainda não entenderam nada. E que me instrua também... porque hoje não tenho pena de ninguém.
Quero amar quem ama. Sorrir com quem sorri. Brincar com quem brinca. Não tenho tempo pra pensar nas dores e desventuras de quem fez tudo pra que sua jornada fosse cinzenta e triste. Desculpem, mas não tenho a mínima pena de vocês.
Não tenho pena de ninguém...

E pra falar a verdade: isso eu mudei por mim. Aceitando os defeitos e as fraquezas das pessoas que me cercam (e não dando importância), eu aprendi a respeitar um ser humano muito importante pra mim: eu mesmo.
“... comparamos nossas vidas e mesmo assim não tenho pena de ninguém.” (O Teatro dos Vampiros – disco V – Legião Urbana)

Beijos e abraços e apareçam nos shows!

Rafael