Um velho artista usou todo o seu talento e experiência e
criou um belo quadro.
O dono da galeria deixou exposto e cobrou pelas entradas pra
que vissem a bela obra. E dava a uma pequena parte ao artista.
Mas um belo dia ele achou melhor roubar o quadro de uma vez.
Afinal (na cabeça dele) o artista estava ganhando muito.
Mas não podia dar na cara. Armou uma arapuca e contratou um
ladrão pra fazer o serviço. Após o roubo, acionou a seguradora e recebeu o
valor pela obra. Deu uma pequena parte ao artista. Afinal, segundo ele, ele pagava impostos, funcionários, aluguel, energia e outros muitas coisas. E haviam outros quadros. Outros que nem eram artistas mas poderiam pintar algo parecido.
"Nossa, mas ele nem citou o quadro e a importância dele na galeria", pensou o artista.
E o dono seguiu com o quadro pendurado na parede de um quarto subsolo da sua casa.
"Nossa, mas ele nem citou o quadro e a importância dele na galeria", pensou o artista.
E o dono seguiu com o quadro pendurado na parede de um quarto subsolo da sua casa.
O artista ficou triste. Pois sabia que havia algo de errado
com aquilo tudo. Mas pensou que, como sempre, logo pintaria novos quadros.
Tinha saúde. Tinha vontade. Tinha talento. E tinha amor.
Ao dono da galeria sobrava a inveja, a trapaça, quadros
roubados, uma vida fútil e infelicidade. Nada a mais e nada a menos do que ele
merece.
No isolamento da sua mansão o dono da galeria choramingava,
questionava e barganhava com Deus.
Mas Deus nem ouvia. Estava ocupando curando os corações e inspirando muitos artistas.
(Rafael Corrêa Amorim)