quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Era uma igreja muito engraçada...

                                  sonho 

... não tinha teto, não tinha nada. (Mas tinha a presença de YHWH, do Messias e de Ruach Kadosh).

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, maluco que sou... sonhei com uma igreja esquisita.

Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som.
A igreja era só as pessoas.

E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias.

Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre.
Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono, cooperador, ancião ou irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Ricardo...

Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo.
Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Paulo dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Tiago dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”.
Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases.

Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante.

E foi dessa forma que o Agenor, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dinorá, faxineira.

Aline, juíza, aprendeu mais sobre justiça com Davi, carteiro.

Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada.
Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um.

Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Assíria, ajudante de cozinha.

Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do AMOR, que era o maior valor que tinham entre eles.

Quando eu perguntei sobre o horário de culto, Lia não soube me responder e disse que o culto não começava nem acabava. Deus era constantemente cultuado nas vidas de cada membro da igreja. Mas ele me disse que a igreja normalmente se reunia esporadicamente, pelo menos uma vez por semana em que a maioria podia estar presente.

Normalmente era um churrasco feito no sítio do Eloy e da Amélia, mas no sábado em que eu participei, foi uma macarronada com frango na casa da Filomena. As pessoas iam chegando e todos comiam e bebiam o suficiente.

Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos.

Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou.

Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas.

Depois foi a vez de Rafael puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do pai Eli que havia falecido há bastante tempo. Todos cantaram e choraram com ele.
Dessa vez foi Tiago que orou.

Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja.

Quando o sol estava se pondo, Filomena trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia.
O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo.

Acordei com a Inquisição batendo à minha porta.
Ali estavam reis, sheiks, presidentes, governadores, prefeitos, deputados, senadores, vereadores, pastores, bispos, policiais, ditadores, oligarcas da mídia, bilionários e um mandado de busca.

Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião.
Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”.

Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada... aquela é apenas a igreja dos meus sonhos... com liberdade, lazer, paz, verdade e a PRESENÇA DE DEUS."

(Como invadiram os meus sonhos eu não tinha a mínima ideia... até que falaram do Programa Incubação de Sonhos Direcionada. TDI - Targeted Dream Incubation.
Apoiado pelo Burger King, Xbox e a cervejaria Molson Coors.

Mas aí era tarde. 
Lavaram meu cérebro e com o MK Ultra virei um escravo do sistema assistindo BBB, invejando no Instagram, defendendo governante no Facebook, rindo debilmente no TikTok, cultuando o dinheiro e esquecendo de mim mesmo de Deus e, consequentemente, de mim mesmo...)

Que Deus nos proteja.
Amém.

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